ATA DA SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-01-2007.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de janeiro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa e Sebastião Melo, Titulares. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceu a Vereadora Maristela Maffei, Titular. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados; s/nº, da Câmara Municipal de São Paulo; nos 11302737, 11308990, 11310361, 11310364, 11310369, 11314312, 11315473, 11315661, 11316096, 11316568, 11316776, 11317193, 11317546, 11317646, 11317725, 11318032, 11318531, 11318930, 11319391, 11319756, 11319805, 11368133, 11369521, 11369656, 11371418 e 11375613/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 001/07, da Vereadora Vera Lúcia Cristino, Presidenta da Câmara Municipal de Tavares – RS ; 001/07, do Vereador Pedro Carlos Sauter, Presidente da Câmara Municipal de Toropi – RS –; 001/07, da Vereadora Celina Maria Fagundes da Rosa, Presidenta da Câmara Municipal de Passo do Sobrado – RS –; 001/07, do Vereador Vilso Arnutti, Presidente da Câmara Municipal de São João do Polêsine – RS –; 001/07, do Vereador Alberto Maioli, Presidente da Câmara Municipal de Farroupilha – RS –; 001/07, do Vereador João Canísio Hoffmann, Presidente da Câmara Municipal de Salvador do Sul – RS –; 001/07, do Vereador Ivar Leopoldo Castagnetti, Presidente da Câmara Municipal de Bento Gonçalves – RS –; 001/07, do Vereador Ivo José Hanauer, Presidente da Câmara Municipal de Capela de Santana – RS –; 001/07, do Vereador Jairo Alexandre Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Barra do Ribeiro – RS –; 001/07, do Vereador Camilo Roldo, Presidente da Câmara Municipal de Gramado – RS –; 001/07, do Vereador Carlos Alceu de Assis, Presidente da Câmara Municipal de Capão da Canoa – RS –; 001/07, do Vereador Leandro Borges Evaldt, Presidente da Câmara Municipal de Morrinhos do Sul – RS –; 001/07, do Vereador Paulo César Flores de Freitas, Presidente da Câmara Municipal de Minas do Leão – RS –; 001/07, do Vereador Márcio Biffi, Presidente da Câmara Municipal de Muliterno – RS –; 001/07, do Vereador Cláudio Vitória, Presidente da Câmara Municipal de Capão do Leão – RS –; 001/07, do Vereador Édio Estivalete Bilhalva, Presidente da Câmara Municipal de Nova Santa Rita – RS –; 001/07, do Vereador Alfeu Cardoso Magnus, Presidente da Câmara Municipal de Dom Pedro de Alcântara – RS –; 001/07, da Vereadora Arminda Ribas, Presidenta da Câmara Municipal de São Miguel das Missões – RS –; 001/07, do Vereador Lauro Gatto, Presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio do Palma – RS –; 002/07, do Vereador Fernando da Silva Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Formigueiro – RS –; 003/07, do Vereador Dilamar Lucatelli, Presidente da Câmara Municipal de Paraí – RS –; 010/07, do Vereador Leandro Felício Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Butiá – RS. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Segunda e da Terceira Reuniões Ordinárias. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Neuza Canabarro comentou questões atinentes à segurança pública no Brasil e ao policiamento ostensivo efetuado no Rio Grande do Sul para o combate à criminalidade. Igualmente, apoiou a regulamentação e fiscalização dos ferros-velhos em Porto Alegre e, finalizando, corroborou as declarações da Senhora Mariza Abreu, Secretária Estadual da Educação, em relação à aposentadoria especial e ao desvio de função de professores do Estado. O Vereador Mario Fraga mostrou-se favorável às medidas adotadas pelo Senhor Enio Bacci, Secretário Estadual da Segurança, para coibir as ações criminosas do Rio Grande do Sul. Também, criticou o Programa de Aceleração do Crescimento apresentado pelo Governo Federal, no que se refere à falta de atenção ao Sul do País e elogiou a gestão da Vereadora Maria Celeste, sugerindo a instalação, nesta Casa, de lixeiras para o recolhimento de pilhas e baterias usadas. Em continuidade, foram apregoados Comunicados do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, informando que, na presente Reunião, o Vereador Aldacir Oliboni e a Vereadora Margarete Moraes serão substituídos na titularidade da Comissão Representativa, respectivamente, pelos Vereadores Carlos Comassetto e Carlos Todeschini, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste, abordando o impacto, na mídia, do trabalho desenvolvido pela Mesa Diretora deste Legislativo, anunciou que entregará à Prefeitura um relatório das visitas feitas por Vereadores ao Centro de Saúde da Vila dos Comerciários e a construções com problemas de infra-estrutura, no Centro de Porto Alegre. Também, reportou-se ao Projeto “A Câmara na Cidade”, enfocando o potencial do Município em termos de desenvolvimento tecnológico. O Vereador Carlos Comassetto, posicionando-se como defensor do meio ambiente, justificou ter trabalhado em projetos de grande porte, na condição de responsável técnico, alegando que, durante o Governo do PT na Cidade, Sua Excelência realizou fiscalização intensa no setor ambiental. Ainda, contrapôs-se aos cortes no pagamento da Guarda Municipal, alegando a importância dessa corporação para a segurança do Município. O Vereador Newton Braga Rosa discorreu sobre as vantagens do uso de tecnologias avançadas para que os serviços prestados à população sejam mais ágeis e qualificados, frisando a necessidade de otimização dos recursos e da estrutura com que contam os órgãos públicos. Além disso, reportou-se ao projeto lançado experimentalmente em dois mil e seis, de implantação de “Delegacias Móveis” no Estado, salientando a importância dessa proposta para o combate à violência e à criminalidade. O Vereador Sebastião Melo replicou críticas ao Prefeito José Fogaça, hoje formuladas pelo Vereador Carlos Comassetto, em Comunicações, afirmando que os problemas apresentados por Porto Alegre inserem-se em um contexto maior e refletem um quadro de crise generalizada na sociedade brasileira. Também, questionou a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarando que se observam diferenças entre o discurso e a prática seguida pelo Partido dos Trabalhadores. O Vereador Carlos Todeschini defendeu o trabalho efetuado pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente da Prefeitura Municipal, reportando-se a ações empreendidas por Sua Excelência como Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos. Igualmente, mencionou problemas apresentados pela Concorrência Pública nº 001/06, de contratação de serviços de limpeza urbana, e avaliou o estágio em que se encontra a execução do Programa Socioambiental de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo relatou dificuldades vivenciadas pelo Prefeito José Fogaça ao assumir o Governo Municipal, asseverando que foi herdado da administração anterior um “déficit” de mais de oitenta milhões de reais. Da mesma forma, abordou o Programa Socioambiental de Porto Alegre, esclarecendo os motivos pelos quais foram alterados aspectos dessa proposta e elogiando a forma como vem sendo buscada a viabilização desse empreendimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell comentou a “Operação Desmanche”, desenvolvida esta semana pela Brigada Militar, a qual realizou vistorias em ferros-velhos da Cidade e de Municípios do interior do Rio Grande do Sul, com o objetivo de localizar e recuperar veículos furtados e roubados no Estado. Ainda, citou o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/06, de autoria de Sua Excelência, que dispõe sobre a concessão e cassação de alvarás de funcionamento de ferros-velhos no Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga cumprimentou o Senhor Enio Bacci pelo desempenho como Secretário Estadual da Segurança, frisando a necessidade de envolvimento do cidadão como agente no processo de prevenção da criminalidade. Nesse sentido, propugnou pela atuação conjunta dos Poderes Legislativo e Executivo na busca do bem comum, como fórmula mais efetiva para que sejam viabilizadas melhorias na qualidade de vida da população porto-alegrense. O Vereador Adeli Sell apoiou as visitas recentemente realizadas pelos Senhores Vereadores para fiscalizar problemas verificados na Cidade, afirmando que essa prática colabora para mostrar à população que a Câmara Municipal está buscando informações e soluções para as questões de Porto Alegre. Ainda, questionou a regularidade da concessão de benefícios a funcionários municipais e criticou serviços prestados pela Prefeitura em relação ao transporte público, água, esgotos e limpeza urbana. O Vereador Newton Braga Rosa defendeu maior utilização dos recursos tecnológicos como forma de melhorar os serviços públicos disponibilizados à população. Quanto ao assunto, prestou informações sobre o sistema integrado de identificação de impressões digitais, chamando a atenção para melhorias proporcionadas por essa tecnologia na área da segurança pública, em especial nas possibilidades para a solução de crimes não resolvidos pela Polícia Federal. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely registrou o transcurso, no dia vinte e dois de janeiro do corrente, do octogésimo quinto aniversário do nascimento de Leonel Brizola, frisando a reputação e o respeito que caracterizaram a carreira desse político. Também, sublinhando a importância histórica de Leonel Brizola na criação do Partido Democrático Trabalhista, discorreu acerca do papel desempenhado por esse Partido no cenário político nacional. O Vereador Elias Vidal aprovou o início da gestão do Senhor Enio Bacci na Secretaria Estadual da Segurança, apoiando as políticas adotadas na repressão ao crime e sustentando que essa postura proporciona a sensação de proteção na população rio-grandense. Em relação ao assunto, declarou que poucos políticos têm interesse de assumir a Secretaria Estadual da Segurança e comentou a dor vivenciada por familiares de vítimas de assassinatos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, propugnou pelo engajamento do Poder Judiciário na luta contra o crime, por meio da correção de irregularidades existentes no Tribunal de Justiça do Estado. Finalizando, reiterou suas congratulações ao Senhor Enio Bacci, Secretário Estadual da Segurança, e destacou a importância da segurança pública para que as demais atividades do Rio Grande do Sul se desenvolvam. Às onze horas e vinte minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e secretariados pela Vereadora Neuza Canabarro, como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Neuza Canabarro, Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, público presente nesta manhã, começo comentando o que está em pauta neste momento em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em relação a nossa Segurança Pública. Nós que temos como novo Secretário o Deputado Federal Enio Bacci, do PDT, estamos acompanhando com maior interesse, porque estamos torcendo para que tudo dê certo, Ver. Newton. Estamos vendo uma ação muito forte, mas, ao mesmo tempo, temos uma preocupação com esse anúncio da ação que está sendo desencadeada, e, é lógico que sabemos que para a comunidade, para aqueles que estão em casa nos assistindo, isso é muito simpático, é muito bom, pois a polícia está nas ruas, a Brigada Militar está nas ruas.

Hoje eu considerei que era o momento oportuno de nós falarmos sobre o assunto, Ver. Adeli Sell, porque nós temos na imprensa dois comentários fortes, o de um jurista e de um advogado, que alertam para todos aqueles Estados em que essas medidas foram feitas com muita divulgação, em que foram formados governos paralelos, ou seja, de parte da polícia se formou o esquadrão para extermínio, nós tivemos a bandidagem organizada. Então, eu registro aqui a minha preocupação com o porto-alegrense, com o inocente que está nas ruas.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, eu me somo às suas preocupações, estava falando a pouco com V. Exa e com a nossa Presidenta sobre esse tema, e queria combinar com V. Exª que a gente pudesse ter uma audiência com o Secretário Enio Bacci acerca dos desmanches, dos nossos ferros-velhos. V. Exª sabe que há um Projeto nosso sobre esse tema aqui na Casa, e agora eu fiquei muito feliz por ser procurado por V. Exª para que a gente pudesse retrabalhá-lo, na medida em que houve alguns questionamentos da Comissão de Constituição e Justiça. Eu gostaria que V. Exª se somasse a essa elaboração, para nós reapresentarmos o Projeto e o discutirmos com o nosso Secretário.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Muito obrigada, Vereador, isso reafirma que nós estávamos na posição certa, já que, no dia de hoje, a Secretaria de Segurança, a Polícia, fez uma vistoria nos ferros-velhos. É essa venda de ferro-velho que nós queremos regulamentar, ou proibir que tenha alvará quando não se tem a procedência das peças exatamente, pois é ali onde há o grande desmanche onde eles conseguem comercializar o carro roubado. Então, essa seria uma forma de inibir e nós estaríamos exatamente atendendo àquilo que já está sendo feito pela nossa Secretaria de Segurança. Imediatamente, vamos tentar uma audiência com o Secretário Enio Bacci, pois é do nosso interesse, como Vereadores de Porto Alegre, participar de todo esse projeto que ele diz que está fazendo em conjunto com a comunidade, até porque a bala perdida atinge o cidadão comum e nós não queremos tiroteio nas ruas, nós queremos realmente dar força a um projeto que se inicia.

Eu procuraria ainda, rapidamente, falar sobre declarações da Secretária de Educação do Estado, Mariza Abreu, no dia de hoje, e dizer que li com satisfação as suas declarações, porque são exatamente aquelas que nós dávamos em 1990, 1991: professor aposentado com 25 anos, aposentadoria especial, não pode ter direito a uma nova nomeação, a um novo concurso, por que razão? Porque a justificativa da aposentadoria especial é exatamente o desgaste psico-emocional que sofre o professor, e não podemos tê-lo de volta, porque, passando em um novo concurso ele diz: “tenho 25 anos de sala de aula, quero um setor”. Portanto, temos de dar a maior força para essa situação e também quando ela anuncia que não encontra os professores que estão nos seus quadros. Essa é outra medida que tomamos e já alertamos: é tremendamente desgastante, porque nós atingimos pessoas que estão lá acomodadas, atingimos a família. Mas não é justo com quem trabalha para que se tenha os professores que estão fora, em desvio de função, pois é fundamental ter o aluno como centro do processo.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Maria Celeste, Presidenta; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público da TVCâmara que nos assiste, estamos, mais uma vez, nesta tribuna para falarmos sobre alguns assuntos da nossa Cidade, em especial quando a gente vem falar de coisas boas. A Vereadora que me antecedeu, a Verª Neuza Canabarro, Vice-Presidente da Casa, falou no Secretário Enio Bacci, e para a nossa satisfação, principalmente para nós do PDT, vimos que o Secretário Enio Bacci, na Segurança Pública, está fazendo acontecer. Ele mesmo tem dito nas entrevistas - e para minha felicidade eu o acompanhei algumas vezes, três vezes, nesse pequeno período de janeiro - que ninguém vai fazer milagre, e a gente sabe disso, Verª Neuza, que ninguém fará milagre na Segurança Pública, mas só assustando os bandidos e dizendo que nós vamos fazer, já passa adiante. E hoje nós, eu em especial que moro na periferia de Porto Alegre, vemos a diferença, vemos a satisfação das pessoas com essa iniciativa.

Ontem, Ver. Adeli - V. Exª que traz o tema dos ferros-velhos há bastante tempo nesta Casa -, o Secretário teve essa ação magnífica que, num primeiro momento, representa para nós, porto-alegrenses, um grande avanço. O Ver. Adeli tem insistido sempre nesse assunto, mas infelizmente os Governos passaram e nada foi feito: os ferros-velhos continuam em todos os locais, em locais conhecidos, principalmente nós que moramos nos arredores de Porto Alegre sabemos onde estão os ferros-velhos e onde acontece o crime, infelizmente.

Nós temos que separar, porque há ferros-velhos que são de pessoas de bem e que não estão relacionados ao crime, mas a maioria, infelizmente, está relacionada ao crime em Porto Alegre. Ontem mesmo, nessa batida da Brigada Militar, foi encontrado, dentro do estabelecimento, um carro roubado que estava pronto para ser desmanchado.

Outro Secretário a quem eu queria dar os parabéns, que foi meu colega especial na Legislatura de 1992 a 1996, quando estive na Câmara, é o Secretário Luiz Fernando Záchia. Eu fico imaginando o Luiz Fernando Záchia como Chefe da Casa Civil, Ver. Newton Braga da Rosa - conosco agora em definitivo, a quem saúdo neste momento -, fazendo essa composição e trabalhando para que todos os Partidos da composição do Governo da Yeda Crusius estejam satisfeitos e contemplados no seu Governo. Então, eu também queria dar os parabéns para o Secretário Luiz Fernando Záchia, porque a luta dele nesse setor, nessa posição em que ele está, vai ser bem difícil de levar adiante, visto que não é fácil contemplar a todos.

Nós agora vamos fazer parte, em nível federal, do Governo do PT, Partido dos Trabalhadores, no Programa de Aceleração do Crescimento, Ver. Adeli; é como eu falo: ninguém nunca está contente, a boa intenção do Governo Lula com esse Programa eu acho que valeu a pena. Pode ser que não vá contemplar a todos os setores em um primeiro momento, principalmente nós aqui da Região Sul, do Rio Grande do Sul, que não foi contemplada, mas estando contempladas algumas partes, em especial - Ver. Carlos Todeschini, V. Exª que também conhece bem - a área de saneamento em que nós precisamos investir para ter a nossa qualidade de vida. Eu acho que o Governo vai ir muito bem com o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.

Eu queria fazer uma sugestão aqui, eu não sei se já foi feita, porque não estive presente na quarta-feira passada, Vereadora-Presidenta, Maria Celeste, em relação às baterias dos telefones celulares. Nós poderíamos, Ver. Adeli, Vereadora-Presidente, Verª Neuza, sugerir para ver se conseguimos um depósito de pilhas e baterias para que pudéssemos fazer a separação desse lixo, o que é uma boa idéia, não é idéia minha. No final de semana passado, estive na praia, em Tramandaí, onde a Prefeitura já colocou isso em prática em alguns pontos. Eu acho que nós poderíamos começar aqui, não falei ainda para o Prefeito Fogaça, mas falo para a Presidenta que está começando os trabalhos, e está fazendo uma ótima administração na Casa. A Verª Maria Celeste já tem demonstrado o resultado do seu trabalho no pouco tempo que está na Presidência, junto com a Mesa Diretora. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A Mesa apregoa a Substituição de Titular da Comissão Representativa (Lê.): “Nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, comunico que, nas reuniões desta data, o Ver. Aldacir Oliboni, Titular da Comissão Representativa, será substituído pelo Ver. Carlos Comassetto. Sala das Sessões, 25 de janeiro de 2007. Ver. Aldacir Oliboni”.

“Nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, comunico que, nas reuniões desta data, a Verª Margarete Moraes, Titular da Comissão Representativa, será substituída pelo Ver. Carlos Todeschini”.

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta da Mesa, Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de, neste período de Comunicações, fazer um rápido relato do que foi a última semana na Câmara Municipal, da ação da Mesa Diretora e dos Vereadores que estão nesta Comissão Representativa.

Eu fico muito feliz quando vejo que a imprensa tem colocado, e a sociedade em geral, Verª Neuza, que nós, nesse curto espaço de tempo, neste período de recesso, estamos conseguindo passar, de fato, a verdadeira imagem da Câmara Municipal, do trabalho e da responsabilidade de cada Vereador nesta Casa, o que, lamentavelmente, não estava acontecendo no último período. Fico feliz porque nós elencamos alguns eixos de trabalho. Na meta, no Projeto A Câmara e a Cidade, esta Casa está ousando fazer mais, Ver. Todeschini. Com muita responsabilidade, nós estamos indo ao encontro da população e dos problemas da Cidade de Porto Alegre. Nós, ontem, fizemos a visita a alguns pontos do Centro da Cidade, onde pudemos verificar, Ver. Adeli Sell, alguns problemas relativos a marquises, a construções irregulares, a problemas apresentados, há algum tempo, na nossa Cidade. Estivemos lá em uma ação de fiscalização, obviamente, mas, sobretudo, em uma ação de colaborar com o serviço da Cidade para que ele, de fato, aconteça.

Logo a seguir, nos reunimos com o Secretário, com a equipe de fiscalização - o Ver. Newton Braga estava lá presente também -, e pudemos ouvir o relato e as informações a respeito desse tema.

Na semana que vem, nós estaremos entregando ao Prefeito um relatório desse trabalho, do trabalho de ontem e do trabalho desenvolvido na semana passada, quando, junto ao PAM-3, do IAPI, fomos fazer uma visita e constatamos os vários problemas enfrentados na questão da Saúde, sobretudo no que diz respeito à saúde mental, ao atendimento da emergência do PAM-3, e também às condições de trabalho, sobretudo, dos trabalhadores que ali estão no dia-a-dia, naquela situação, naquele equipamento de saúde da Cidade.

Este Projeto, A Câmara e a Cidade, vem ao encontro do anseio da população de que os Vereadores, de fato, têm que estar onde os problemas acontecem. Com essa intenção, com esse objetivo, é que a Mesa Diretora se propõe a fazer ações no recesso, e, quem sabe, depois, no decorrer deste ano.

Também gostaria de ressaltar o protagonismo desta Câmara, que é um dos nossos objetivos da Mesa Diretora, no sentido de estar apontando temas de debate e desenvolvimento da Cidade. Protagonismo quando a Mesa Diretora foi instigada pelo Ver. Comassetto e também pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, através da sua assessoria, do Orlandini, trazendo para nós, aqui, todas as empresas que trabalham a questão da informação na Cidade, a ciência e a informação da nossa Cidade. E nós pudemos, então, fazer uma reunião, e a partir dessa reunião criar um Comitê na Cidade de Porto Alegre para que uma das maiores feiras do mundo na área da ciência e da tecnologia possa vir para Porto Alegre.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria sugerir a V. Exª que articulasse uma reunião com a Diretora do Escritório de Turismo de Porto Alegre, Srª Ângela Baldino, para que a gente tivesse o apoio efetivo dela e da Prefeitura para trazer essa feira para Porto Alegre, assim como nós nos empenhamos para trazer a Feira do Turismo, que deu certo, e agora essa ação, também buscando esse apoio do Escritório de Turismo.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Presidenta e Verª Maria Celeste, este tema é um tema estratégico para Porto Alegre, sob o ponto de vista de se colocar a Cidade novamente no cenário mundial, não só pela questão temática da tecnologia da informação e comunicação, mas pelo porte do evento, que é a Feira de Hannover, a maior Feira tecnológica do mundo, e nós termos aqui a sua edição. Gostaria de comunicar, também, que o Ver. Newton Rosa, que é da área, desde o primeiro momento já estava no Comitê e está construindo a agenda com a Governadora do Estado e o Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia. Muito obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigado, Ver. Comassetto. Com a tolerância da Mesa, o Ver. Newton Braga solicitou um aparte, rapidamente.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Simplesmente para reforçar a iniciativa tomada pela Câmara, que extremamente oportuna. Porto Alegre não é uma cidade industrial; é uma cidade de serviços, e uma feira dessas em Porto Alegre significa atingir uma região que inclui inclusive Buenos Aires e Montevidéu. Nós estamos em uma posição geográfica privilegiada para isso, mas não será fácil, Presidenta, porque São Paulo tem diferenciais competitivos importantes e se nós não conseguirmos engajar o Governo do Estado, conforme proposta do Vereador Comassetto, nós teremos dificuldades. Então, fica aqui a sugestão e eu me coloco à disposição para contatos na Sedai e também na Secretaria de Ciências e Tecnologia, que certamente terá um papel decisivo para que consigamos esse nosso intento. Muito obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Certamente o protagonismo da Câmara se vê representado na idéia, na formulação, na participação de cada Vereador neste tema específico e em tantos outros que nós teremos no decorrer deste ano. Por isso a Mesa Diretora se sente muito contemplada quando conseguimos fazer um trabalho, de fato, que envolva todos os Vereadores, para o bem da cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, senhora Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Anunciamos a presença da nossa Verª Maristela Maffei. Passamos os trabalhos para nossa Presidenta, Verª Maria Celeste.

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Vereador Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, quero continuar aqui um conjunto de denúncias e preocupações que temos trazido a respeito da política pública municipal, ou melhor, a respeito da falta de política pública municipal em um conjunto de setores. E quero dizer, principalmente ao Vereador Sebastião Melo, que fiquei surpreso, senhores e senhoras, com a quantidade de apoios que recebi da sociedade porto-alegrense pelas denúncias que fiz da falta de política ambiental na cidade de Porto Alegre e pela ação desenfreada dos loteadores irregulares que estão destruindo a Cidade, destruindo os morros, destruindo os arroios, ocupando o parque Arroio do Salso, ocupando o Morro Pasmado, pela falta de política coordenada pelo Sr. Secretário Municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, ao qual tenho atribuído, aqui, que faz a política ambiental do Parcão. Portanto, Ver. Sebastião Melo, eu quero lhe dizer que tenho autoridade para falar sobre este tema, porque, quando eu era Conselheiro do Plano Diretor, eu cobrava da administração do meu Partido a mesma postura e a mesma posição. E naquela época nós prendemos um conjunto de loteadores irregulares - só para o senhor saber, Ver. Sebastião Melo, que me criticou dizendo que eu trabalhava para os grandes -, é verdade! Trabalhei tecnicamente, construindo os maiores e melhores projetos ambientais desta Cidade, como Responsável Técnico, entre eles o Terra Ville, e não tem nenhum problema. Isso está na minha ART, assinada publicamente, e isso é o atestado da minha competência profissional. Continuarei fazendo esses meus trabalhos profissionais. Se o senhor quiser me contratar para isso, estou a sua disposição inclusive, porque tenho qualidade, honestidade e transparência.

E quero dizer à Cidade sobre o segundo tema da nossa Comissão de Direitos Humanos, Segurança Pública, Defesa do Consumidor e acesso à terra. Aqueles que concordam com a destruição ambiental que Porto Alegre está sofrendo têm que dizer, publicamente, em qual lado que estão. Nós estamos do lado da defesa dos potenciais ambientais e da defesa dos potenciais da cidadania.

Por falar em cidadania, quero falar hoje da Segurança Pública no Município de Porto Alegre e trazer alguns exemplos aqui. A Segurança Pública Municipal também está um caos. E aqui o Secretário Kevin Krieger tem de responder por isso. Primeiro foram retiradas as horas extras dos Guardas Municipais que atendem às escolas no final de semana. Todas aquelas atividades de final de semana, Srª Presidenta - o Escola Aberta, o Telecentro e outras atividades -, que as crianças e os jovens da comunidade tinham, como cursos, agora deixaram de ter, e as escolas passaram a ser arrombadas e assaltadas. (Mostra fotos.) A escola lá da Urubatã, prezado colega Todeschini, foi assaltada; levaram vale-transporte, cheques e tudo mais. Um conjunto de outras escolas também foram assaltadas.

Mas quero trazer aqui um fato mais grave que constatamos, que é sobre o Telecentro da Vila Nova. Quero que os Vereadores venham aqui defender essa política. O Telecentro da Vila Nova, que atendia 150 crianças, está desta maneira, Ver. Newton Braga Rosa. (Mostra a fotografia.). Gostaria que as câmeras mostrassem para toda a Cidade. Foi abandonado, foi destruído. Verifiquem como está o mato nesta comunidade, como é que está o banheiro desse Telecentro que atendia 150 jovens diariamente, jovens que eram retirados da delinqüência, da criminalidade.

Quem é o responsável por essa Secretaria? O Secretário Kevin Krieger.

Há seis meses o Telecentro está abandonado. E o pior: não se sabe para onde foram esses jovens.

A Administração Popular deixou 33 Telecentros funcionando. Por que está sendo feito isso? Por que estão sendo destruídos?

Para concluir, esses fatos relativos à Secretaria Municipal de Segurança Pública têm de ser respondidos nesta Casa, respondidos para a Cidade. Por que os bons projetos estão sendo destruídos? Estão aqui as fotos, para que ninguém possa dizer que é mentira.

Ver. Sebastião Melo, quero que V. Exª venha para esta tribuna defender essa política, a política da incoerência, da incapacidade de gestão e da falta de resposta das ações concretas, aqui documentadas.

Essa política não é a que defendemos. E não estamos atacando a pessoa do Sr. Secretário: estamos aqui fazendo uma denúncia da falta de política que os Secretários Municipais estão implantando na Cidade.

E nós, Legisladores, e a comunidade, não podemos nos calar.

 

Portanto, “o chumbo é grosso” para essa política. E assim continuará. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Sr. Vereador.

O Ver. Newton Braga Rosa, que está substituindo o Ver. João Carlos Nedel, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho procurado pautar a minha participação nesta Câmara, tentando mostrar de que maneira a tecnologia pode produzir melhores serviços públicos e mais transparência, ou seja, como é possível fazer mais com o mesmo dinheiro.

Como a Verª Neuza Canabarro abordou o assunto da Segurança, que foi reiterado pelo Ver. Comassetto, eu gostaria de trazer aqui uma notícia que já foi publicada e que eu acredito que ajuda na prevenção do crime, porque atitudes preventivas talvez sejam a melhor solução para evitar o caos que todos gostaríamos que não acontecesse. Trata-se da Delegacia Móvel.

Nós sabemos que as estatísticas estão deturpadas, porque as pessoas não têm estímulos, e, ao contrário, existem vários fatores inibidores para que as pessoas que são vítimas façam o registro das ocorrências.

Ontem, num programa de televisão, quando eu fiz esse comentário, uma pessoa presente, advogada, disse assim: “E principalmente nos crimes contra a mulher, em que essa pessoa, não obstante o vexame do ato em si, no dia seguinte ainda tem que ir a uma Delegacia superlotada, sem nenhuma privacidade, recordar e relatar o fato novamente”.

O que é a Delegacia Móvel? Seria uma solução impensável há 20 anos, e nós temos aqui o Orlandini - que é um jornalista especializado nessa área de tecnologia -, que pode referendar o que está sendo dito.

Hoje, dentro de um automóvel - e a proposta tem mais ou menos essa configuração -, no lugar do carona, ao lado do motorista da viatura policial, é possível, sem nenhuma sofisticação adicional, instalar um computador e uma impressora, de modo que, quando essa viatura faça o atendimento de uma ocorrência, ela já possa fazer o registro formal no próprio ato, com uma vantagem adicional: esse mesmo computador tem acesso ao banco de fotografias de suspeitos, porque, como sabemos, quando se tem um banco de fotos num álbum - que é o que existe nas Delegacias -, dificilmente você vai encontrar na Delegacia onde deve ser feita a ocorrência as fotografias dos suspeitos, todos, da Cidade ou da região.

Quando se tem um acesse on-line, ou seja, um acesso direto do computador a um banco de dados de fotografias de apenados suspeitos, você tem, no próprio local do crime, numa situação privilegiada, com outras testemunhas presentes, mais facilidades de identificação.

Este projeto, Presidenta, foi lançado experimentalmente no ano de 2006, e a previsão era de que chegássemos ao final de 2006 com 40 viaturas com sistema instalado.

Dada a boa vontade demonstrada ontem, na visita que fizemos aos prédios com marquises em risco na cidade de Porto Alegre, quando o Ver. Comassetto, engenheiro agrônomo, detectou uma floreira em cima de uma marquise, onde árvores de certo porte já começavam a germinar e cujas raízes comprometem, sem dúvida, a estrutura do concreto - estado florescente, como lembra o Vereador -, eu acho que deveríamos entrar em contato com a Polícia Civil para saber em que pé está esse projeto, porque, embora a Polícia seja a Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, não podemos esquecer de que Porto Alegre é modelo, pois o que acontece em Porto Alegre é levado para o Interior. Se nós tivermos uma experiência bem sucedida, com resultados concretos da Delegacia Móvel, com computador e uma impressora instalados dentro de uma viatura, conectados on-line, certamente isso vai ser modelo para outras cidades importantes do Estado do Rio Grande do Sul. E, vejam: isso não é somente uma medida reativa, ao contrário, é uma pró-ativa que inibe o crime, e é nisso que, talvez, devamos investir com mais ênfase. Muito obrigado, e fica a sugestão de uma pauta com a Polícia Civil.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo, que está substituindo o Ver. Haroldo de Souza, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu acho que o exercício da democracia tem vários pilares, e um deles é o seu contraditório: não há democracia sem contraditório, com verdades únicas. E eu quero falar um pouco de discurso e prática. Eu sou de uma cepa da militância política, social, partidária, que vem de longe - não sou tão velho, mas sei que vem de longe -, portanto, vem da luta de 1978, dos movimentos sociais, da boa luta da advocacia, e vi fundarem o Partido dos Trabalhadores, que respeito muito, mas, quando vejo o Ver. Comassetto com esse discurso aqui na tribuna, parece que o PT, quando administrou esta Cidade por 16 anos, resolveu tudo o que ele está falando aqui, e que, em dois anos, a Cidade virou um caos.

Quero falar de discurso e prática, sim. Volto a repetir aquilo que disse ontem nesta tribuna: Porto Alegre não é uma ilha; está dentro do contexto de um País que tem uma exclusão social monumental, de um País, Comassetto, que em 1960 tinha 60% de sua população morando na área rural e 40% na área urbana, e que, hoje, tem 85% morando na área urbana. As Cidades cresceram desordenadamente e os Municípios cresceram seus recursos como rabo de cavalo, cada vez tem menos recursos e cada vez tem mais encargos. Então, temos problema de gestão e temos problemas financeiros.

Eu gostaria que V. Exª dissesse aqui nesta tribuna que a sua Ministra Marina Silva, que o seu Governo do Presidente Lula, estão liquidando a Amazônia. As reportagens que saem nos jornais nacionais, na revista Veja, semanalmente, mostram a destruição e a falta de uma política ambiental, que, aliás, está aí, no PAC, agora, dizendo: “Não, um dos eixos para desenvolver o País...”. Temos que dar uma alentada nisso que está aí.

Por favor, Ver. Comassetto, eu disse e repito: vi V. Exª, sim, trabalhando para o Terra Ville, vi V. Exª sendo eleito pelo Terra Ville, vi o Terra Lima contratar ônibus para elegê-lo Conselheiro do Plano Diretor da Zona Sul. Acho que V. Exª não ia defender o povo, sendo eleito e carregado pelos empresários. Isto eu vi; eu assisti a isto. Então, V. Exª está bem, as pessoas mudam; agora, V. Exª no Governo não foi assim: V. Exª, quando esteve no Governo, defendia muito mais os interesses desses grandes do que os interesses dos pequenos.

Então, por favor, eu não estou fazendo nenhuma crítica pessoal, estou falando de uma posição política. Agora, acho que V. Exª cumpre um papel indiscutível, acho que a oposição tem que fazer oposição mesmo; aliás, acho que o PT ficou muitos anos no Governo e talvez até tenha desaprendido a fazer oposição.

Acho que V. Exª está cumprindo um papel importante, mas quero dizer que a questão do Telecentro, quando o Governo Fogaça assumiu, dos 33 Telecentros, só havia 16 que tinham contrato, o resto eram todos irregulares. O Governo que assumiu fez uma operação “pente-fino”, foi retomando os Telecentros e, hoje, retomou quase a totalidade. E com relação ao Telecentro da Vila Nova, a informação que tenho, é que está assim foi por essa razão e, logo em seguida, até o mês de março, será reaberto.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, o seu Partido, que faz parte da base aliada do Governo Federal, tem que assumir essa posição: que nunca houve tanto investimento na habitação como está havendo no Governo Federal do Presidente Lula; inclusive Porto Alegre está fazendo uso disso. Agora são 107 bilhões para a habitação nos próximos quatro anos.

A segunda questão: não dá para defender o indefensável. A burocracia não pode permitir que isso aconteça, Ver. Sebastião Melo.

A terceira questão: o meu trabalho profissional. Está lá, sim, o Terra Ville - fui o responsável técnico pelos estudos ambientais. E não só dele, mas também de centenas de outros projetos. E o Terra Ville é melhor projeto ambiental naquela categoria, e não só em Porto Alegre, mas no Rio Grande do Sul. E me orgulho disso, pelo meu trabalho profissional. Portanto, vamos separar o joio do trigo. Eu dialogo com os empresários, sim! Um grande abraço.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado pelo seu aparte. Mas quero voltar, sim: discurso e prática! Discurso e prática, Presidente. E vou encerrar, dizendo que acho que nós não podemos cometer a irresponsabilidade transitória. Os senhores governaram esta Cidade por 16 anos; há acertos e há erros. A Prefeitura foi entregue com 89 milhões de déficit; com os contratos internacionais todos sem condições de serem renovados; os serviços públicos com o pagamento de suas prestações atrasados! E, dois anos depois, vocês acham que Porto Alegre elegeu um “santo milagreiro”. O Fogaça não é um “santo milagreiro”, ele é um Prefeito de carne e osso, que tem trabalhado com afinco, que tem uma equipe com acertos e com erros, mas que tem trabalhado a favor desta Cidade! Mas acho que a Câmara tem o seu papel e, portanto, respeito a posição da oposição! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, em substituição ao Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Verª Maria Celeste, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistência do Canal 16 e público presente; venho a esta tribuna, porque também não posso deixar sem resposta as opiniões emitidas aqui pelo Ver. Sebastião Melo, porque elas são inaceitáveis. Aliás, a situação do Governo parece que fala uma linguagem babilônica, porque cada um diz uma coisa muito diferente da outra: ontem, o Ver. João Dib disse que o Governo da Frente Popular, Ver. Adeli, deixou uma dívida de 170 milhões; já o Ver. Sebastião Melo, hoje, dá um abatimento, dizendo que a dívida é de 89 milhões. E assim os números vão variando, porque a invencionice e os argumentos para justificar o injustificável são tantos que sequer o Governo se entende.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª não entendeu a minha explanação. O déficit foi de 89 milhões; a dívida, em curto prazo, foi de 175 milhões.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Pois é. Isso é mais um malabarismo, porque isso é pura invencionice e uma fabricação de dados para justificar a inoperância, a incompetência e a omissão dos senhores no Governo. Esse é o problema. Porque a dívida nem de longe tem esse valor. É uma dívida de 50 a 60 milhões de reais, e a arrecadação da Prefeitura de Porto Alegre é de mais de 7 milhões por dia; portanto, bastam nove dias para pagar essa dívida e, no entanto, passaram-se mais de 780 dias e até agora o Governo não disse a que veio.

Aliás, o que as pessoas dizem é que o Governo Fogaça é uma grande decepção. E isso é dito por populares, por empresários, pela classe média, por todos. Ou o lixo não tomou conta da Cidade? Por falar em lixo, Ver. Sebastião Melo, V. Exª que é defensor da base do Governo, apoiador inconteste, não cabe atribuir a este Vereador a responsabilidade pela sujeira, pela imundície que tomou conta da Cidade. Como eu sei que alguns membros do seu Governo andam dizendo por aí que o fato de nós termos ingressado com uma ação popular que anulou a licitação fraudulenta - ilícita - que estava em curso, atribuem a este Vereador a responsabilidade pelo DMLU não limpar a Cidade. E eu sei que as suas influências no DMLU são poderosas. Não de agora, mas de todo esse Governo, porque V. Exª tem uma influência muito forte, senão, talvez, decisiva em tudo o que está acontecendo, e é visível aos olhos de todas as pessoas de Porto Alegre a sujeira que toma conta de Porto Alegre, em todos os sentidos.

Por isso, quando eu propus uma CPI, o Governo fez de tudo para abortá-la. Eu quero ver esse Governo resistir a uma CPI do lixo, sobre o DMLU. Eu desafio esse Governo a resistir a uma CPI. É por isso que foge e está fazendo tudo o que tem que fazer.

Quero responder-lhe, Ver. Sebastião Melo, sobre o Socioambiental, que é um Projeto que eu deixei pronto, com dinheiro em caixa - 33 milhões provenientes da Caixa Econômica Federal -, com o DMAE preparado para suportar as suas tarifas, caso a obra não tivesse investimento internacional. E o que esse Governo fez foi alterar o Projeto. Por isso que a obra não sai, Ver. Sebastião Melo. Não é por causa da alegada, da aludida ou da pretensa dívida, porque não é esse o fator real, mas, sim, a modificação do Projeto para atender aos seus eleitores, por exemplo, para atender aos empresários, seus amigos, que fazem com que a Cidade venha a ter um custo eterno, um custo muito maior ao mudar um Projeto que tinha uma concepção de lagoas para um sistema mecanizado. Porto Alegre tinha a sorte de ter área, de ter espaço, de poder fazer tratamento por meio de lagoas. No entanto, o que o Governo faz? Altera todo o Projeto, fazendo com que a Cidade pague uma conta de luz muito maior, fazendo com que a Cidade pague mais pessoas trabalhando, gerando mais despesas, e, inclusive, mais serviços de destinação dos resíduos em razão da mudança do Projeto. Para quê? Para beneficiar os seus amigos, Ver. Sebastião Melo. Essa é a realidade. É isso que o senhor tem que ter: coragem e transparência para vir aqui sustentar isso e não atribuir a mim a responsabilidade ou a irresponsabilidade pelo fato de o Projeto não estar sendo encaminhado.

Aliás, Verª Maria Celeste, há movimentos na Cidade pedindo a despoluição do Guaíba. E o Projeto que foi elaborado no nosso Governo, que já tinha as licenças ambientais aprovadas na Fepam, que tinha recursos previstos, que tinha os projetos básicos desenvolvidos, sofre uma alteração brutal. Para as 1.300 famílias da Vila Foz, no bairro Cavalhada, não há nenhuma resposta. E, nos dias 3 e 4, quando houve uma forte chuva, todas as casas foram inundadas, fazendo com que as pessoas perdessem todos os seus pertences. E qual é a resposta que o Governo dá? Nenhuma; ou, talvez, para eles esteja reservado um espaço na Vila Pitinga, no bairro Restinga. Enquanto que o Projeto original negociado previa que eles seriam assentados numa distância de até um quilômetro de onde eles vivem hoje, onde eles têm as suas famílias, seus negócios, e, principalmente, suas fontes de sobrevivência.

Portanto, para concluir, minha cara Presidente, é preciso que a Cidade saiba disto: aqui, se faz um discurso demagógico, um discurso que esconde a verdade, mas, na verdade, são defendidos interesses escusos de grandes especuladores, de empresários, para satisfazer o interesse de meia dúzia de privilegiados. É por isso que a Cidade está profundamente decepcionada com o atual Governo; não, talvez, pela pessoa do Prefeito, porque a gente sabe que ele é uma pessoa de bem, mas pela equipe que compõe o Governo. Aqui, alguns Vereadores têm forte influência nas nomeações dos “cargos pendurados” existentes no Governo, e é por isso que fazem a sustentação desses interesses. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sra. Presidenta, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, em preliminar de fala, Ver. Todeschini, eu quero dizer que por mais esforço que eu viesse a fazer, se quisesse fazer, nessa relação empresarial, eu não conseguiria alcançá-lo. V. Exª teve um relacionamento extraordinário, como Presidente do DMAE, com os empreiteiros da Ageosi e outros; extraordinário, fantástico. E isso materializado na campanha, talvez tenha sido a campanha mais cara dos últimos anos que eu já tenha visto aqui na América Latina, que foi a campanha de V. Exª Então, mesmo que eu quisesse, nessa área, eu confesso a V. Exª que não teria competência para chegar lá.

Agora, vamos ao mérito da matéria. Primeiro, o que eu disse desta tribuna, é que a Prefeitura vem arrecadando menos e gastando mais desde 2002, 2003, 2004. Sendo que em 2004, no final do Governo Verle - os balanços estão aí, é só solicitarmos para a Rosi, que é uma funcionária eficiente, para pegá-los - o balanço da Prefeitura mostra: 89 milhões foi o deficit da Prefeitura, e 175 milhões foi aquilo que o Governo deixou de contas a pagar para o Governo que assumia.

Então, V. Exª não teria confusão, os dados estão aí, podem ser manuseados, não é preciso ser economista, é só ter boa-fé. Segundo V. Exª, que comandou o DMAE - eu não vou usar a palavra mentira, porque fica forte demais -, faltou com a verdade ao colocar no Programa Cidade Viva - que aliás os porto-alegrenses até hoje estão procurando o clichê dessa “cidade viva”, uns batiam lá no portão ali do Cais do Porto, outros iam ali ao Gasômetro -, com o dinheiro do contribuinte - e V. Sas. sempre foram especialistas em divulgar mais do que fizeram -, V. Exª dizia o seguinte: “Porto Alegre tem 27% de esgoto tratado”. Isso não é verdade: tem capacidade para tratar 27%, mas trata 20%, 22% hoje. E V. Exª sabe disso! Mas há um velho ditado que V. Exª conhece, leu a cartilha, segue essa cartilha do Partido de V. Exª, que diz o seguinte: Uma mentira muitas vezes dita e repetida, torna-se uma verdade. Essa é a receita goebbeliana: mente bastante, repete a mentira e a mentira torna-se uma verdade. E V. Exª sabia, porque nos empréstimos internacionais isso também é fácil: vamos fazer uma Audiência Pública, vamos parar com o debate fácil! Chama o Secretário da Fazenda, chama o Prefeito Verle, chama a atual gestão e chama os técnicos internacionais para saber se o que eu estou dizendo é verdade ou não. V. Exas contraíram empréstimo para a 3ª Perimetral e não cumpriram com a contrapartida. Existe uma regra no sistema bancário nacional e internacional, e até funciona no Banrisul: quem está no SPC ou no Serasa não leva o segundo empréstimo. E foi o que aconteceu!

Sabem por que mudou o projeto? Sabem qual a cotação do dólar quando V. Exas contraíram o empréstimo? Sabem? V. Exas sabem, não é? Não era bem diferente do valor que é agora? V. Exª acha que os 115 milhões de dólares dariam para cobrir? Não! Tiveram que passar para 160 milhões, porque mudou o câmbio.

Então “não bota chifre em cabeça de égua”! Vamos fazer isso: um debate tranqüilo, aí V. Exª defende. Sabe o que eu defendi? Eu defendi - V. Exª, aliás, ficou muito irritado na época, deu declarações até um pouco desairosas - que não dava para botar uma câmara de descarga na esquina da Rua Gen. Rondon com a Av. Wesceslau Escobar, ao lado de cinco torres de dezoito metros! Isso que eu defendi. O bairro Tristeza, como qualquer outro bairro, não merece um equipamento daqueles. Será que a Cidade não tem outro local para fazer uma câmara de descarga?

Vamos fazer esse debate com tranqüilidade; V. Exª vai continuar aqui dizendo o contrário, mas vamos fazer um debate, vamos fazer uma Audiência Pública. Para governar depois do PT, o sujeito que não é arqueólogo, tem que fazer curso de arqueologia, porque o PT deixa em ruínas a coisa pública. Em ruínas! Por isso o Prefeito Fogaça deu continuidade à 3ª Perimetral, ao Conduto Forçado Álvaro Chaves, ao Projeto Integrado Entrada da Cidade, contratou 136 médicos, botou farmácia distrital, fez o conjunto Santa Isabel e muitas outras pequenas grandes obras que, às vezes, são pequenas em seu conjunto, Ver. Mario Fraga, mas para aquela comunidade é a maior obra do mundo. Porto Alegre não elegeu um santo milagreiro; elegeu um Prefeito que vai manter o que está bom e mudar o que está errado. Tem feito isso. Agora, os Vereadores do PT têm a dificuldade de enxergar que outra visão chegue à Prefeitura e que possa construir, por exemplo, um centro de compras, que é um avanço para a Cidade; que possa ter um alvará na hora, coisa que não havia, porque na dificuldade eu crio a facilidade - isso é uma regra muito clara do serviço público. Primeiro eu crio a dificuldade para, depois, alguns agentes, em torno do poder, criarem a facilidade.

Então o Governo está desburocratizando e tentando fazer com que o Parque Industrial da Restinga, que tinha uma única empresa, progrida, e hoje você vai lá e tem dez em andamento, empresa com dois mil metros, três mil metros em construção.

Então acho que o Governo não está tão mal assim não, acho que está fazendo a sua parte. Agora, vamos esperar. Nós temos eleição daqui a dois anos. Vamos deixar essa disputa para lá, acho que os senhores estão antecipando essa disputa demais. Muito obrigado, Sra. Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Presidenta; colegas Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, hoje os jornais estampam a megaoperação policial que foi feita ontem nos ferros-velhos, não só em Porto Alegre, mas no Estado. Que bom, Ver. Mario Fraga, a gente poder ver isso nas páginas dos jornais! Por anos eu insisti nisso, inclusive antes de ser Secretário. E quando fui, nós realizamos várias reuniões no DEIC, e sempre havia um furo - que eu denunciei várias vezes aqui - da Secretaria da Fazenda, porque é ela que pode pedir a nota fiscal.

Eu louvo a nova gestão da Secretaria da Fazenda. E eu, Ver. Melo, sou daqueles que reconheço quando um outro Governo faz uma coisa certa. Pois a Secretaria da Fazenda do Estado, ontem, acompanhou a operação da Polícia, da Brigada e de outros órgãos públicos. Só por causa disso foi possível prender as pessoas, porque não havia a nota fiscal! Na gestão passada não houve. O Secretário Paulo sempre se negou terminantemente, dizendo que isso era secundário. Pois não é secundário! Porque pela exigência da Secretaria da Fazenda pela nota fiscal e, por eles não a terem, foram presos! E agora o Secretário Cecchim tem as condições de cassar os alvarás, porque esta Casa, por unanimidade, aprovou um Projeto, de minha autoria, que cassa o alvará de todo aquele que tenha sido preso com receptação. Portanto, nós estamos tendo um avanço.

No entanto, eu quero me somar à Verª Neuza: temos que ter cuidado com o que se fala, em como se fala e como se faz. Eu dizia a mesma coisa, Ver. Todeschini, quando o Secretário era do meu Partido, o Secretário Bisol. Em Segurança Pública tem uma máxima: faça como o japonês, não fale, mas aja. Não se pode dizer com antecedência onde será a blitz, o que será feito, porque assim como foram feitas blitze importantes - inclusive louvo a de ontem -, o bandido sabe onde está o grosso da corporação. Nós tivemos uma loja assaltada em Esteio, que fechou porque foi assaltada sete vezes. Hoje abram as páginas dos jornais, nós temos três notícias de mortes de pessoas que foram assassinadas em seus estabelecimentos no Rio Grande do Sul. Cuidado, está certo o Secretário nas ações em que está fazendo, mas a comunicação é um problema, eu falo isso porque eu vivenciei quando o PT era Governo, em que o Secretário do meu Partido falava demais.

Então, nós temos que ter esse tipo de cuidado, e por isso temos que fazer um debate franco e aberto. Combinei com a Verª Neuza Canabarro, nós queremos uma reunião com o Secretário Bacci para discutir um Projeto de Lei, que teve um conjunto de óbices equivocados na Comissão de Constituição e Justiça. Eu acho bom que mude a Comissão de Constituição e Justiça este ano, porque eu tenho o direito de apresentar um Projeto de Lei sobre cassação de alvarás, porque isso é de competência do Município. Mas tudo bem, eu vou trabalhar com a Verª Neuza a mudança nessa Legislação, vamos somar duas pessoas, de dois Partidos diferentes, para a mesma ação, porque é a Cidade que precisa, é a Cidade que exige, nós temos que acabar com o roubo de carros. Eu não esqueço da morte da jovem Débora Koslowski, ali ao lado da PUC; eu não esqueço a morte de Max Oderich - por sinal é o seu pai que coordena a ONG Brasil Sem Grades e lança nessa semana uma campanha de TV e de rádio, eu vi os spots gravados aqui na nossa periferia, de como essa questão da drogadição, da falta de uma família estruturada, da falta de perspectivas, levam as pessoas ao mundo da criminalidade. Nós temos que nos antecipar, e eu louvo esse pai que teve a perda do seu filho, na semana da sua formatura, num roubo de carro ali no 4º Distrito, como eu louvo também o Sr. Gabardo, da Transportadora Gabardo, que teve também a perda do seu filho.

Eu espero que essa nova gestão na Secretaria de Segurança faça o que a gestão passada não fez, a gestão do Secretário Germano não fez, porque ali está evidenciado um crime, uma queima de arquivo pelas posições que aquele jovem tomava na sua categoria, na defesa do seu setor, e é evidente que houve uma morte encomendada. Por isso que eu louvo quando se faz a coisa certa, e nós, que somos pessoas preocupadas com a Segurança Pública, temos que ter esse alerta, como fez a Verª Neuza Canabarro aqui: devagar com o andar, vejam o que falam, façam mais ações, mas, cuidado. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Adeli.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Vereadora-Presidenta Maria Celeste; Srs. Vereadores em Plenário, e todos que nos assistem pela TVCâmara, voltamos a debater o tema da Segurança Pública e, graças a Deus, é um debate bom. O Ver. Adeli Sell, como já é do conhecimento desta Casa, é um Vereador realista, sempre falando as verdades, dizendo o certo e o que ele pensa, e eu o admiro. Mas hoje não podemos esconder que a nossa Secretaria de Segurança está fazendo um bom trabalho. Hoje, dia 25 de janeiro, o Secretário Enio Bacci, que está no seu terceiro mandato de Deputado Federal, chegou ao Estado do Rio Grande do Sul e conheceu os locais do crime. Tantos outros governos já passaram e não tiveram essas iniciativas como as feitas pelo Secretário Bacci. Todos os jornais noticiam “Brigada prende 39 pessoas em desmanche de carro” - e isso em um dia só! É claro, Presidenta, que não se pode fazer essa operação todos os dias, quiçá se pudesse fazê-la sempre. Mas, em nome do PDT, estamos aqui para dar os parabéns a essa iniciativa do Secretário. Eu fiz uma ligação na sexta-feira passada, à noite, para a Brigada, quando vi um indivíduo suspeito e segui uma orientação dada num discurso do Secretário Enio Bacci de que todos nós, cidadãos, deveríamos nos tornar um agente ou um policial, o que às vezes não fazemos. Então aqui uma autocrítica, e falo para todos que nos vêem e nos escutam, para que façam essa ligação para o 190, apesar de sabermos que o número 190 ainda tem problemas, de não sermos atendidos imediatamente - como no meu caso, que fiz duas ligações para ser atendido. Liguei porque havia um suspeito na volta da minha rua. Mas fui atendido, a Brigada foi lá, e acho que o suspeito não apareceu mais. Isso o Secretário Enio Bacci tem pedido no seu discurso: que nós, cidadãos comuns, ajamos como se fôssemos agentes da lei. Aproveito meu tempo para fazê-lo: todos nós, quando desconfiarmos de alguma coisa, virmos algum movimento suspeito na nossa rua, no nosso bairro, ou propriamente na nossa Cidade - em que a gente anda muito, principalmente nós, Vereadores -, que a gente ligue para o 190 e não deixe nenhuma dúvida.

Vereadora-Presidenta, eu já falei na semana passada em meu tempo, que, infelizmente - ou felizmente -, para nós, está começando o debate político. A eleição é daqui a dois anos, e nós estamos vendo aqui, nesta Casa, neste período, uma discussão sobre o Governo, quando nós deveríamos tentar ajudar a Prefeitura Municipal - e alguns Vereadores efetivamente o fazem -, através do Governo Fogaça. Eu já louvei, em outro momento do meu discurso, a Presidenta dos trabalhos, a Direção da Casa, em especial a Direção que tem trabalhado agora, neste momento, vendo alguns problemas que a nossa Cidade tem e tentando levá-los para o Secretário. Dou como exemplo desta semana o Secretário Maurício, da SMOV, sobre as nossas marquises da Cidade, algo que a gente conhece, mas que mesmo nós, Vereadores, onde andarmos, poderemos ver um defeito desses e comunicar ao Secretário. Eu acho que, neste momento, como faltam dois anos para a eleição, nós poderíamos tentar ajudar o Governo Municipal, Estadual e até o Federal, pois no outro discurso, Vereadora-Presidenta, eu falei que ninguém consegue fazer tudo que a gente quer. O Governo Lula colocou esse programa, eu acho que nós devemos dar-lhe crédito, temos que incentivar de outra maneira, através dos nossos Deputados, e eu pretendo fazer isso através do Deputado Federal que é ligado a mim, o Dep. Vieira da Cunha, para que outros setores da nossa sociedade, principalmente do Rio Grande do Sul, possam ser beneficiados com esse programa ou ser ele melhorado em alguns termos.

O Presidente Lula já afirmou - e eu confio nas pessoas -, que o próximo passo dele será para ajudar os mais necessitados, os mais pobres, pois principalmente o Presidente Lula foi eleito para isso, para ajudar os mais pobres e os mais necessitados. Neste momento mesmo, ele confessa que ainda não chegou nesse ponto, mas eu dou um voto de crédito para ele e espero que ele consiga - já que ele veio de uma vida profissional humilde, como torneiro-mecânico - ajudar as classes mais necessitadas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Mario Fraga. Registro a presença do Ver. Elias Vidal. Temos, portanto, dez Vereadores titulares na Comissão Representativa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Maria Celeste, Presidenta; Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, meu caro Ver. Elias Vidal, há pouco eu dizia aqui que é importante para qualquer parlamentar, inclusive diante dos graves questionamentos que se faz hoje ao Congresso Nacional, à Câmara, à nossa própria Assembléia Legislativa, com esses rolos dos albergueiros: cassa um, não cassa outro, cassa aqui, consegue liminar, essa confusão toda. O importante é que esta Câmara Municipal continue a mostrar coerência, coerência no debate político, ideológico, nas suas ações.

A Presidenta já colocou aqui as nossas duas saídas públicas, nos últimos 14 dias; esperamos, na semana que vem, de comum acordo com os Vereadores, fazermos uma nova caminhada na Cidade, não apenas para verificar problemas aqui ou acolá, mas inclusive para mostrar para a população que estamos presentes na Feira Ecológica, no Mercado Público Central, na orla de Ipanema, tão abandonada, com tantos problemas.

Aqui eu falei da Segurança Pública, este é um debate, Ver. Mario, que nós temos que fazer. V. Exª viu o número de assaltos e problemas que houve na sua Região, na Zona Sul de Porto Alegre, ontem inclusive representado pelo Ver. Ervino Besson, seu colega de Bancada.

Nós hoje queremos retomar o debate levantado pelos meus colegas de Bancada: Carlos Comassetto e Carlos Todeschini, sobre alguns problemas da nossa Administração Municipal, nossa, porque ela é de Porto Alegre, porque foi eleita, e nós a reconhecemos como tal, porque nós apostamos na democracia.

Minha cara Presidenta, nós precisamos aqui demarcar algumas coisas. Afinal de contas, como perguntar não ofende, eu pergunto: como se justifica, na CARRIS, pagar horas extras, pagar adicional noturno de final de semana para um cargo de confiança que trabalha durante o dia. Eu posso mostrar, posso provar que o sujeito é tão britânico, Ver. Todeschini, que ele sempre entra às 8 horas, ou às 22 horas, ou às 24 horas; é sempre horário britânico, impressionante! Lá há cartão eletrônico, o que faz ser impossível você tocar o cartão eletrônico e dar 24 horas cravadas, 22 horas cravadas; é impossível isso! É só acessar... Se o Diretor da CARRIS - que provavelmente não sabe, mas eu estou aqui de público dizendo isso, eu creio que ele não sabe - verificar o sistema, verá que não estou mentindo, não estou inventando; isso é a realidade, infelizmente, essa é a realidade! Como também continuam a ser “piranhas” alguns dos ônibus que foram comprados, porque não houve planejamento de compra de peças. Então, às vezes, falta um pequeno equipamento que poderia ser adquirido sem licitação, porque o preço é tão irrisório em uma loja de autopeças, por exemplo, na Azenha, conhecida de todos. Tira-se de um ônibus e esse ônibus fica na garagem sem poder funcionar para que outros saiam. Essa é a CARRIS! Então tem de cobrar; como não cobrar algumas atitudes?!

Eu fiquei pasmo, hoje; eu nunca tive problema com o Engenheiro Flávio Presser, ele sempre respondeu a todos os meus e-mails, e hoje me respondeu dois e-mails de uma forma deselegante, dizendo que o cidadão não precisa escrever. Um cidadão escreveu para todos os Vereadores, e eu respondi. O Engenheiro escreveu: “Não precisa escrever para o DMAE, porque pode escrever para mim que eu resolvo”. O que isso?! O que isso, Diretor Flávio Presser? Estou espantado! Não é assim; nós somos a Câmara de Vereadores! Nós recebemos demandas aqui e vamos continuar fazendo o nosso papel de Vereador. Eu espero que o senhor não siga o caminho de Herr Beto Moesch, eu espero que não! Por que outros Secretários nos tratam diferentemente? Por que nós nunca tivemos problemas com a Ângela Baldino, com o João Bosco Vaz? Alguém teve problema com Ângela Baldino e João Bosco Vaz? Nunca vi nenhum Vereador de nenhuma facção político-partidária ter problema com eles; mas vamos parar com essa arrogância!

Portais da Cidade: a nossa Bancada está discutindo isso seriamente; eu farei amanhã uma mesa redonda aqui para discutir o tema, outros colegas nossos já se posicionaram sobre isso e querem saber. E como perguntar não ofende, eu vou repetir a pergunta do Ver. Todeschini: onde estão os ex-Diretores do DMLU? Ou agora perguntar ofende? E mandar demandas para Prefeitura, ofende? Nunca foi assim! Que história é essa? Dois anos de Governo, assumam que são Governo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Marica Celeste): Obrigado, Ver. Adeli. O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Cara Presidenta, Vereadores, jornalista Orlandini, que é um jornalista da nossa área de tecnologia com uma bela folha de serviços prestados, eu gostaria de continuar no tema da tecnologia a serviço das pessoas, mais uma vez, falando a respeito de sistemas preventivos. Vou tentar mostrar, através de um exemplo, de que maneira pequenos investimentos em tecnologia substituem gastos muito maiores em outros subsegmentos da Segurança.

Eu vou falar a respeito do sistema integrado de identificação de impressões digitais. Até pouco tempo atrás, a impressão digital era colhida através de contato, com tinta, ou seja, as pessoas impregnavam os dedos com uma tinta especial e passavam isso para uma ficha. Essa ficha tinha os demais dados a respeito do indivíduo. Vocês podem imaginar que esse é um sistema extremamente limitado pelo fato de que uma ficha original dessas ficar depositada no local de coleta e não se tem maneiras práticas de transferir essas informações - Ver. Fraga, que há pouco tempo manifestava-se a respeito do assunto -, não há como fazer uma transferência eficiente para outros centros.

O que acontece, na prática, é que a grande maioria das delegacias do Brasil inteiro não está suficientemente aparelhada para fazer a coleta, e, segundo, para fazer a disseminação, porque não existe fronteira estadual para o crime. Porto Alegre já está inserida no mapa nacional da transgressão grave. Todos nós nos lembramos das ações de bandidos de outros Estados atuando aqui na nossa Capital.

O que é esse sistema digital de apropriação de impressões de pessoas? A tecnologia atual permite que a impressão digital seja lida através de um escâner. O que é um escâner? É uma pequena máquina de xérox, se vocês quiserem pensar dessa forma, do tamanho de um dedo; você coloca o dedo em cima de uma pequena tela, e um computador programado para isso recolhe as impressões digitais sem tinta e sem papel. A partir desse momento, essa impressão está digitalizada, está disponível no computador e pode ser acessada por qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, via Internet, ou seja, aquele antigo problema que nós tínhamos com as fichas de papel, que uma vez guardadas no arquivo não podiam ser copiadas, salvo um esforço extraordinário, agora é uma informação corrente em todos os computadores das Secretarias de Segurança. E eu não estou falando a respeito de ficção, eu estou falando a respeito de um projeto real, que foi implementado, lançado; ele se chama AFIS. Esse AFIS significa Sistema Automático de Identificação por Impressões Digitais. Esse sistema está sendo usado pela Polícia Federal. A Polícia Federal tem dois problemas, atualmente: o primeiro é fazer a apropriação das novas impressões digitais, um problema relativamente fácil de ser resolvido. A Polícia Federal já não utiliza mais impressão digital por contato, só a digitalizada eletronicamente. E, segundo, a Polícia Federal tem um belo de um arquivo de dois milhões de casos, que estão sendo agora digitalizados. De que maneira isso deve funcionar daqui para frente? Primeiro, nos locais de delito, as pessoas serão identificadas com segurança, porque atualmente o delinqüente tem uma certa liberdade para dizer quem ele é, ele pode, nesse instante, falsear a verdade. E, mais do que isso, em eventos públicos, que é uma aplicação que está sendo utilizada, nada impede que numa roleta de um estádio de futebol as pessoas, num ato rápido, coloquem a sua impressão digital. Assim como se faz, Ver. Fraga, batidas para identificar automóveis em situações irregulares, agora nós temos uma tecnologia que permite fazer isso com relação a pessoas procuradas, ou seja, uma vez identificado, instantaneamente, ou quase instantaneamente, com a velocidade que a eletrônica permite, você vai saber se aquela pessoa é uma pessoa que está sendo procurada ou não.

Então, Presidenta, através desta manifestação, eu estou cumprindo, acredito, com a minha missão na Casa, que é abordar, de uma forma clara, de que maneira a tecnologia pode estar a serviço das pessoas, mais especificamente, no caso da Segurança, e afirmo, para encerrar, que investimentos em tecnologia são muitos pequenos com relação aos gastos que a falta desse investimento provoca, porque, se você não investir em tecnologia, vai ter que investir de uma forma reparativa em vários outros itens, talvez de valor muito superior. Muito Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Newton Braga Rosa. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Senhora Presidenta, Verª Maria Celeste; na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, o público que nos assiste, e em especial uma saudação ao meu colega Vereador Mario Fraga, à Vereadora Neuza Canabarro, nós três, em conjunto, temos a responsabilidade de representar o PDT nesta Comissão Representativa durante o período de recesso, mas também fazendo menção aos companheiros Vereador Nereu D’Avila e Vereador Ervino Besson, eu gostaria de, hoje, registrar aqui o transcurso do dia 22 de janeiro. Meu querido amigo, Vereador Mario Fraga, nessa data o nosso saudoso Leonel Brizola estaria completando 85 anos. Nesta semana tão iluminada, nós que estamos aqui no Parlamento, em Porto Alegre, sabemos tudo o que representou esta grande liderança e a bandeira que ele empunhava com tanto rigor, com tanta energia, que foi o foco dos governos por onde passou, que é a bandeira pela educação.

Nós, que temos orgulho de fazer parte do trabalhismo, que está enraizado aqui no Sul, e que hoje já está além-fronteiras. O nosso Partido elegeu dois Governadores de Estado: no Amapá e no Maranhão. Elegemos o Vice-Governador de Pernambuco, hoje temos cinco Senadores, 24 Deputados Federais. Aqui, no Rio Grande do Sul, nós temos 94 Prefeitos, 82 Vice-Prefeitos, quase 800 Vereadores - Vereador Mario Fraga. Fazemos parte dos grandes Partidos políticos que fizeram pelo menos cinco votos em cada 100 brasileiros. Ou seja, dentre os sete Partidos políticos que cumpriram e ultrapassaram a Cláusula de Barreira, está o PDT, e tenho certeza de que para isso muito nós devemos aqui. E faço um registro importante com relação ao nosso companheiro Senador Cristovam Buarque, que tão bem conduziu a nossa candidatura majoritária no 1º turno. Nós queremos, então, aqui homenagear Leonel Brizola, e quero dizer que tive a oportunidade de conviver com ele por um longo período - desde 1997 que eu respondo pela Secretaria de Relações Internacionais da Juventude do PDT, por alguns motivos, mas dentre esses muitos motivos um pequeno motivo é pelo fato de que falo inglês e espanhol, Ver. Mario Fraga, e poucos falam inglês e espanhol na nossa Juventude, o que me oportunizou, é claro que não só por isso, mas também por articulações que vinham e já afloraram na minha juventude dentro do Movimento Estudantil; assumi essa responsabilidade e até hoje respondo por ela, e o nosso querido líder, que hoje se encontra no oriente eterno, foi, durante doze anos, Vice-Presidente da Internacional Socialista. Faleceu inclusive, Ver. Todeschini, na condição de Presidente de Honra da Internacional Socialista, e nós, durante essa caminhada de 1997 a 2007 estamos à frente da juventude da Internacional Socialista, que é o órgão juvenil da Internacional Socialista que, portanto, funciona como funcionam as juventudes dos Partidos Políticos para os Partidos Políticos aqui no Brasil. Por isso essa experiência, esse carinho, essa relação sempre de muito respeito, mas que com a voz da sabedoria sempre nos aconselhava quando nós íamos aos encontros, sempre nos orientava sobre o que fazer, como conduzir. Então deixo este nosso registro por esta data triste, esta data que marca a vida dos trabalhistas, do povo brasileiro, do povo gaúcho em especial, pela sua coragem, pela forma como enfrentou aquele período da Legalidade, por toda a sua trajetória, pela ilibada conduta que o levou a importantes cargos, a importantes espaços públicos e políticos, notoriamente reconhecidos por todos e inclusive pelos seus adversários, seus principais adversários ao longo da sua trajetória.

Fica aqui o nosso registro, o nosso carinho, o nosso reconhecimento pela sua obra, pela sua vida, pela sua trajetória; o registro da nossa tristeza, mas também do nosso reconhecimento por tudo aquilo que representou e representa Leonel Brizola para o povo brasileiro, para o povo gaúcho, para o povo porto-alegrense. Tenho certeza que falo em nome da Bancada do PDT, em nome dos Vereadores Mario Fraga, Neuza Canabarro, Nereu D’Ávila, Ervino Besson e deste Vereador. Fica o nosso registro ao saudoso e querido líder Leonel Brizola. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; nossa Presidenta presidindo os trabalhos neste período de férias para a maior parte da Cidade, mas esta Casa não está de férias, ela está, talvez, com uma redução nos seus trabalhos, mas as máquinas não estão paradas, os Vereadores estão trabalhando.

Tem uma Comissão saindo às ruas todas as semanas, fazendo um rastreamento nos problemas da Cidade, acompanhando os problemas, tudo sob a orientação da nossa Presidenta.

Ontem, quando o Ver. Márcio Bins Ely falava desta tribuna, ele sorria, e, se desse para a televisão focá-lo, veríamos que ele estava extremamente sorridente como está agora, neste momento, juntamente com o Ver. Mario Fraga, ambos do PDT.

E o motivo da alegria do Ver. Márcio Bins Ely é porque ele ouviu um colega Vereador falando muito bem de uma pessoa do seu Partido, que é o Secretário Enio Bacci.

Quando abrimos os jornais, só vemos coisas ruins, mas, até que enfim, agora abrimos os jornais e estamos vendo notícias boas. E notícia boa depende do ponto de vista de cada um. Quando se vê menos bandidos nas ruas, menos seqüestros, menos assaltos, é uma notícia que nos traz alegria.

E, agora, quando leio os jornais, tenho a certeza de que vou encontrar uma ação positiva da Secretaria de Justiça. Tenho esse sentimento.

Todo o cidadão comenta no trabalho, na rua, na calçada, nas esquinas, e o sentimento deste Vereador é o sentimento de todos os cidadãos que há muitos anos tem um sentimento sufocado, retraído, contido, como alguém que quisesse dar um grito e destravar para vermos o que estamos vendo hoje.

O que me espanta é que é uma Secretaria que ninguém queria pegar. Era considerada uma batata quente, um pepino, um abacaxi. Ninguém queria queimar-se politicamente, pegando uma Secretaria que, em princípio, não tinha nada de bom para fazer, com orçamento reduzido, com cortes de verbas, e assim por diante. Pois bem, veio um homem que começa a fazer algo que há muitos anos os gaúchos desejavam que alguém fizesse. Então, eu não vou me cansar de falar nesta tribuna, porque por muitos anos eu cheguei ao ponto de sentir grande revolta ao ver, muitas vezes, o Movimento pelos Direitos Humanos trabalhando muito mais pelo ladrão do que pelo cidadão. E vemos isso por aí afora. Volta e meia nós estamos lendo nos jornais notícias sobre pessoas perdendo integrantes da família - filhos, esposa, netos, pai, mãe - por meio de latrocínio, gente sendo executada a sangue frio, e as pessoas inclusive estão-se manifestando em relação à pena de morte.

Eu já cheguei a fazer uma declaração, aqui nesta tribuna, no sentido de que, do jeito que as coisas estavam indo, eu já estava sendo a favor até da pena de morte, porque pena de morte, para o cidadão, é algo que já está sendo feito, pois pessoas estão sendo executadas sem direito de defesa, sem se movimentar, sem reagir, levando um balaço na cabeça, na nuca, como a gente tem visto aí nos jornais, na televisão, quase todos os dias. Alguém tinha que dar um basta nesse avanço da violência. E aí vem um Secretário...

Hoje os jornais dizem o seguinte: que participaram 2.590 policiais, prenderam 39 em desmanches. Ninguém queria tocar nos desmanches; gente, nos ferros velhos! A bandidagem está tão solta que até os fios de luz estão arrancando fora! Na minha comunidade, aqui perto, outro dia subiram nos postes, cortaram 200 metros de fios e saíram arrastando isso pelo meio da rua! Olhem a audácia! Olhem o jeito que está a coisa! Mas fio é fio, e a vida, quando assaltam, quando levam o carro e matam a pessoa? Às vezes nem levam nada, como no caso daquele motorista de ônibus, outro dia... Não levaram nada, saíram do carro, simplesmente apontaram a arma, deram um tiro e mataram o motorista! Quer dizer, como é que ficam o pai, a mãe, a família de pessoas que são vitimadas desse jeito?! Elas se recuperam? Não, não se recuperam! Ninguém se recupera da dor de um filho assassinado! As pessoas convivem com a dor pelo resto da vida e não têm mais cura. Alguém tinha que dar um basta nisso! E aí vem o Secretário Enio Bacci, que está fazendo esse belíssimo trabalho.

Agora, o que a gente vê é que haverá cortes na Brigada Militar, e os cortes ameaçam essa ofensiva otimista que está acontecendo. Eu aproveito o momento para fazer aqui uma reflexão: o Conselho Nacional de Justiça apontou 14 tribunais no Brasil que estão irregulares, estão pagando acima do teto. E aqui, no Rio Grande do Sul, foram constatados 190 supersalários, que estão acima do teto. Ontem saiu essa matéria na imprensa; hoje, aqui, no Rio Grande do Sul, está sendo veiculada uma matéria afirmando que não vão mexer nos supersalários. Eu acho que...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): V. Exª vai usar o tempo de Comunicação de Líder, agora, Vereador?

 

O SR. ELIAS VIDAL: O.k., obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O S. ELIAS VIDAL: Eu penso que este é um momento de sacrifício para todos! Ver. Mario Fraga, este é um momento de sacrifício para todos! Eu acho que o Tribunal de Justiça tem que dar a sua cota de sacrifício, porque um Tribunal de Justiça é de Justiça! Se é de Justiça, não pode dar um mau exemplo. Se o Conselho Nacional de Justiça está apontando irregularidades aqui, no Rio Grande do Sul, o Tribunal de Justiça tem que ser a primeira instituição a se corrigir, porque ela é a Casa Suprema em que o cidadão busca o refúgio da Justiça! E ela não pode dar um mau exemplo não trabalhando em cima da redução! Dizer que não dá para reduzir... Dá para reduzir! É imoral! Se os salários estão acima, se o Conselho está apontando 14 Tribunais, e aqui no Rio Grande do Sul há um deles. Fala-se que o salário vitalício de Governador deve ser extinto; eu concordo! Quanto aos aumentos de salários em Brasília, em todos os lugares, eu acho que tem que haver um equilíbrio! Se estão acima, não podem acontecer! Então, senhores, a Brigada Militar corre o risco de ir parando com essa ofensiva contra o crime, e aqui diz que isso pode acontecer até por falta de 50% do seu orçamento em janeiro, o que poderá levar à redução do número de PMs, viaturas nas ruas, por falta de fardas, coturnos e combustível. Nessa situação em que está o Rio Grande do Sul, eu acho que todos nós precisamos dar a nossa cota de sacrifício, todos, e o Tribunal de Justiça tem que dar a sua cota de sacrifício. Se há 190 supersalários, e o Tribunal de Justiça aponta que isso é uma irregularidade... “Ah, mas a lei permite!” A lei permite, mas é imoral, não pode! Então, senhores, fica aqui uma reflexão para todos nós.

Mais uma vez os meus parabéns ao Secretário Enio Bacci, eu só o conheço pelos jornais, nunca tive o prazer e o privilégio de estar com ele, mas pretendo, nos próximos dias, encontrá-lo, porque ele precisa ouvir de todas as Casas Legislativas o que o povo pensa, o que o povo acha, o que os parlamentares acham. Então, este é o pensamento deste Vereador, que vê esse trabalho de uma forma tão positiva, e o cidadão também vê isso, com certeza. Quando os senhores viram, por exemplo, o cidadão comum oferecer o carro à polícia para perseguir um bandido? Quando? Ou já viram alguém oferecer a moto? Ninguém queria tocar nisso, por medo; mas a sociedade, a comunidade, o cidadão estão se sentindo com coragem, porque um homem de coragem está indo à frente, mostrando o caminho para todos nós, gaúchos.

Parabéns, Secretário Enio Bacci, e que o Rio Grande do Sul possa, cada vez mais, crescer, porque sem Segurança nada funciona, pois com a morte não há luz, não há alegria, não há felicidade em lugar algum. Então, chegou o momento; se pagamos impostos, nós precisamos de Segurança, e o Secretário Enio Bacci está dando uma demonstração a esse respeito. Aquilo que ninguém queria fazer ele está fazendo e mostrando que é possível fazê-lo com menos e com pouco, apenas com coragem. Meus parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não havendo mais Vereadores inscritos no período de Comunicações, encerramos também o período de Comunicação de Líder deste Plenário. Encerro a 6ª Reunião Ordinária, pois verifico que já não há mais quórum para darmos continuidade aos trabalhos.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h20min.)

 

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